terça-feira, 3 de setembro de 2013

JULÍBIO JUPI BARRETO, UM CARISMÁTICO CATARINENSE - James Pizarro

JULÍBIO JUPI BARRETO, falecido em Florianópolis no final de setembro de 2012, foi uma figura muito popular na capital catarinense.

Médico oftalmologista competente, era de uma dedicação ímpar  com os pacientes, sobretudo os mais pobres e humildes.

Além de praticar a Medicina, foi proprietário da Rádio Anita Garibaldi, muita famosa na época. Exerceu a docência, sendo professor no Instituto de Educação. Junto com vários colegas da imprensa, ele fundou a Casa do Jornalista de Santa Catarina.

Casado com dona Ivete, tinha um filho de nome TUCA.

O jornalista Cacau Menezes, que atua no Diário Catarinense e no Canal 11 - TV RBS, noticiou a morte de J.J. Barreto em seu blog e, entre outras coisas, escreveu o seguinte :

" Barreto e meu pai foram amigos e depois inimigos ferrenhos. Mas se curtiam – e muito – a distância. Antes de morrer meu pai recebeu sua visita na casa da Praia Mole. Foi a despedida a base de vinho, grandes recordações e mútuos pedidos de desculpas. Pelo que me consta, o encontro mais feliz  na vida dele. Sabe aquele amigo que a vida nos faz inimigo, mas você continua admirando e querendo voltar a ser amigo?
Agora, lá em cima, juntos de novo, possam aprontar na Rita Maria como nos tempos de guri. "

Outro depoimento a respeito de JJ Barreto é do leitor Marco Antônio :

" O doutor Barreto e sua Esposa Ivete também tiveram uma linda casa na rua Antônio Bittencourt em Balneário de Camboriú, que hoje sedia a secretaria da educação do município.
Ele com sua generosidade e bom coração custeou a faculdade de enfermagem de minha esposa(Isolete) na década de 80 na UNIVALI de Itajaí, antes FEPEVI.
 

O melhor depoimento a respeito da personalidade de JJ Barreto que encontrei em minhas pesquisas é o de seu irmão, jornalista Cyro Barreto :

""A inconfundível figura de J.J. Barreto marcou época. Conta-se que nos idos de março de 1964 em pleno regime militar, a caça às bruxas era uma constante na história brasileira, especialmente, na previdência. Foi quando chegou a Florianópolis um representante com a missão revolucionária de expurgar os comunistas dos órgãos públicos. O caçador, criterioso que era, às 6 horas dirigiu-se para o instituto e colocou-se na fila sem anunciar seus propósitos.
O médico atendente era o J.J. que após ouvir dezenas de segurados, abriu a porta e disse: "entra o próximo filho da p..." Mandou o cidadão sentar-se e o examinou. Concluiu que ele era portador de um tumor maligno e que deveria, urgentemente, ser hospitalizado. O "doente" retirou-se, não revelou o motivo da sua visita e retornou, apavorado, ao Rio de Janeiro, seu lugar de origem.
Dias após, para surpresa geral dos funcionários do Inamps, o dr. J.J. recebia uma carta do pseudopaciente revelando sua identidade e o objetivo real de sua presença na Ilha. Só que ao invés das prisões, punições e delações esperadas veio um enorme elogio na sua ficha funcional exaltando-o pelo cumprimento dos horários de trabalho e pela eficiência do diagnóstico, comprovado posteriormente.
Portanto, seu rápido e preciso "veredicto" justificando o seu segundo diploma de bacharel em Direito, mandando que o cidadão se arrancasse o mais rápido possível de Florianópolis, salvou o caçador do mal e a cidade, os funcionários e os amigos do mau caçador.
Teve e tem muitos amigos e conserva gratas recordações do então governador Irineu Bornhausen de quem foi, também, médico e do seu relacionamento com o governador Adhemar de Barros que o introduziu na política fazendo-o presidente do Partido Social Progressista em Santa Catarina. À época o PSP chegou a eleger três deputados estaduais: Delamar Vieira, Manoel de Menezes e Altir Weber de Mello. Não se empolgou com a vida política apesar dos constantes pedidos para que se candidatasse a cargos eletivos.
Seu forte apelo popular era a credencial que todo partido desejava. Inquieto e inovador teve como uma de suas paixões o jornalismo o que o levou a fundar o jornal "O Tempo" e a rádio Anita Garibaldi que apesar de sua repercussão na mídia nas décadas de 50 e 60 não puderam sobreviver, economicamente, devido ao elevado número de empregados admitidos por ele que não sabe dizer não a ninguém. Suas realizações não foram, ainda, destacadas pelos historiadores. Certamente, um dia serão. Todavia, seus feitos têm sido decantados em prosa e verso por Júlio Queiroz, Raul Caldas Filho, Oscar Berendt, Aldírio Simões e outros. As pessoas que me fazem parar na rua para perguntar pela saúde do mano sempre trazem uma novidade no rol de suas irreverências.
Uma delas foi contada pelo capitão-dentista Nelson, da Marinha de Guerra que levou meia dúzia de oficiais recém transferidos para Florianópolis, ao Detran, a fim de obterem a carteira de motorista.
Em vez de submetê-los aos exames de vista, o dr. J.J., simplesmente, emitiu os laudos devidos. Surpreso com tal atitude o capitão Nelson questionou o porque da não realização. Foi, então, que ele saiu-se com essa: "se for preciso examinar os olhos de quem dirige navios no Atlântico Sul, então é porque a nossa gloriosa Marinha de Guerra deve estar na merda". São histórias deste tipo que tornam o J.J. uma figura especial. Ele mantém viva a tradição dos Barreto, dignifica a profissão que exerceu como um credo e honra a cidade que escolheu para morar".



Um comentário:

Anônimo disse...

Dr. JJ Barreto, primo de meu pai Alírio Barreto Bossle (verdadeiro fundador da casa dos jornalistas), era é figura realmente muito querida! Homem inteligente e defensor dos necessitados. Certa vez, levei um amigo para consultar e ele, batendo nas costas do meu amigo, falou: Nas vistas não tens nada. Tua doença é a pederastia...