segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O NOTÁVEL PROF. EDGAR LIBINO KLOECKNER

Talvez tenha sido um dos mestres que mais influência teve na minha formação, pois sempre nutri verdadeira admiração por sua cultura e inteligência. Ficava fascinado por sua extraordinária memória. É de sua autoria essa frase que sempre repeti aos meus alunos do Colégio Coração de Maria, cursinho e UFSM, enquanto estive na ativa : "A memória é esta incrível faculdade que só possui uma propriedade : a de esquecer as coisas que aprendeu". E o Edgar nos ensinava então que, "para não esquecer, só há um método : a técnica da repetição". E ele tinha absoluta razão.

Foi meu professor de francês durante três anos no Maneco. E muito anos depois, já formado em Agronomia, quando resolvi cursar Comunicação Social, opção Jornalismo, foi novamente meu professor na disciplina de "Comunicação em Língua Francesa".

Ex-seminarista, cunhado do ex-padre Ir. Vitrício (famoso pelos seus dons mediúnicos e parapsicológicos), o Prof. Edgar é dono de uma vastidão de conhecimentos que embasbacava alunos sensíveis como eu, que ficavam boquiabertos diante do mestre. Morava num apartamento da Galeria do Comércio, no Calçadão. Depois de aposentado, foi morar nas proximidades do Supermercado Nacional, à rua Marques de Herval, onde o visitava sempre que podia. No intervalo de uma das aulas da Comunicação Social, fui ao corredor falar com o mestre, porque havia achado o mesmo meio triste, depressivo, durante a primeira hora de aula. Contou-me ele que tinha acabado de chegar de viagem, motivada pela morte de um irmão seu, figura a quem muito prezava. Deitou a cabeça sobre a báscula da janela do corredor do prédio da Antiga Reitoria e pôs-se a chorar, o que muito me comoveu.

Recentemente, sofreu cirurgias melindrosas para lhe extirpar um câncer intestinal, razão pela qual ficou mais de dez horas anestesiado. Disse-me ele : "Acho que as anestesias deixaram sequelas na minha memória".

Cumprimentava-o aos domingos, na missa das 18:00h, no Santuário-Basílica da Nossa Senhora Medianeira, onde o abraçava afetivamente, pois se encontrava entristecido pela morte de sua querida esposa.

Mesmo morando em Canasvieiras, em minhas reflexões, volta e meia a sua figura me vem à mente. E sempre permeada com meu sentimento de agradecimento ao que ele fez por mim e à minha formação.

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AUTOR : James Pizarro

MEU PROFESSOR DE LATIM

Albino Seibel foi meu professor de Latim durante os quatro anos do então chamado Curso Ginasial, depois chamado Primeiro Grau, hoje designado Ensino Fundamental. Os quatro livros de Latim adotados eram o "Ludus Primus", "Ludus Secundus", "Ludus Tertius" e "Ludus Quartus". Contavam a história de uma família romana, onde despontavam as histórias de Cornélia e Lésbia, recheadas de conhecimentos históricos, ensinamentos sobre Gramática, sobre as Cinco Declinações, milhares de radicais latinos, etc...

Era o Prof. Albino uma criatura extremamente bondosa, muito ligado à Igreja Católica, incapaz de uma grosseria. Nos últimos cinco minutos de cada aula costumava abrir um caderno de capa dura, no qual estavam anotadas as suas anedotas preferidas. Ele as contava com uma ingenuidade de santo para uma turma de adolescentes que mais parecia uma horda de bárbaros.

Lecionou também nos primeiros anos de funcionamento da FIC-Faculdade Imaculada Conceição, depois FAFRA-Faculdades Franciscanas, hoje UNIFRA. Para complementar o vergonhoso salário de sua aposentadoria como professor estadual, nos últimos anos de sua vida corrigia os originais de teses de Mestrado e Doutorado, bem como trabalhos de pesquisa, editando-os em sua própria residência, onde mantinha um excepcional serviço de datilografia, mecanografia e encadernação.

Sua filha casou com um jogador de futebol, meu ex-aluno do Curso Pré-vestibular Master, tendo o casal ido morar em Portugal, porque o rapaz assinara contrato com um time de futebol daquele país.O Prof. Albino viajou a Portugal para visitar sua filha e seu genro e lá, durante a visita, veio a morrer vitimado por fulminante infarto do miocárdio. Tinha dois outros filhos, um formado em Engenharia e hoje aposentado da Rede Ferroviária e o outro, popularmente chamado de "Caquinho", formado médico e residente no Rio de Janeiro.

Quando fui vereador pelo PDT-Partido Democrático Brasileiro, na legislatura de 1989/1992, tive a oportunidade de ser autor de lei municipal que colocou o nome de Albino Seibel numa das ruas da COHAB-Tancredo Neves. Procurei, em vão, uma rua sem denominação nas proximidades do prédio do Colégio Estadual Manoel Ribas, mas todas já tinham denominação. Conservo carinhosamente em minha biblioteca a obra "Phrases e Curiosidades Latinas", edição póstuma de 1952, de autoria do Prof. Arthur Vieira de Rezende e Silva, que me foi presenteada pelo Prof. Albino. Trata-se de alentada obra, de 935 páginas, com 7267 citações, frases e curiosidades latinas. Depois de aposentado, o Prof. Albino chamou-me, estendeu este livro para mim e disse carinhosamente : "Foste o melhor aluno de Latim que eu já tive e este livro estará bem guardado em tuas mãos". Esforço-me até hoje para ter merecido este elogio.

Durante mais de 40 anos, diariamente, em minhas aulas de Zoologia, Citologia, Genética, Ecologia e Botânica, tive o cuidado de desdobrar etimologicamente os termos que designam animais e vegetais, explicando o significado das raízes, prefixos e sufixos latinos.

Que fortuna ter tido o professor Albino como meu mestre !!!

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AUTOR : James Pizarro

sábado, 26 de fevereiro de 2011

SANTA CATARINA : APENAS 13 DELEGACIAS DA MULHER !!!

Em Santa Catarina existem 293 municípios. E em apenas 13 deles existe a chamada "Delegacia da Mulher". Onde a mulher, entre outros casos, é atendida quando sofre violência física ou psicológica.

Nas últimas semanas tenho lido e ouvido na imprensa que a deputada estadual Ana Paula Lima está botando a boca no trombone contra esta situação. E está cobrando firme do governo de SC que a Lei Maria da Penha seja de fato posta em prática no Estado.

Todo santo dia se ouve na TV e se lê nos jornais notícias sobre espancamentos, violência sexual, etc...contra a mulher catarinense. Isto é, o problema é real, vivo, existente. E todo mundo sabe disso.

Por que a mulher está tão desprotegida em Santa Catarina ?

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AUTOR : James Pizarro

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

UMA MARACUTAIA LEGAL ... MAS É MORAL ?

Resumo didático para entender a grotesca e imoral maracutaia :

a)- um deputado federal ganha o "minguado" salário de R$ 26,7 mil.

b)- dependendo do estado da federação, um secretário estadual ganha de R$ 10 mil (Mato Grosso e Bahia) até R$ 15 mil (São Paulo).

c)- alguns deputados federais eleitos (cerca de 30 até hoje) aceitaram ser secretários estaduais e OPTARAM por ganhar o salário de deputados federais.

d)- desta maneira, transformaram-se em "SUPERSECRETÁRIOS" e passaram a ganhar mais do que o próprio governador que os escolheu para secretário.

e)- além disso, assume o suplente de deputado federal que escolheu ser secretário e que também passa a ganhar R$ 26,7 mil.

Indagados sobre isso, eles respondem com o pudor de uma vestal do templo : "A Constituição permite que se faça isso".

E os eleitores que votaram nesses deputados para eles estarem em Brasília trabalhando e não para exercerem o cargo de secretários ? Com que cara ficam ?

Eu sei!
Ficam com cara de otários.
E de palhaços.
E o povo é tão galinha e tão alienado, que ninguém protesta.

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AUTOR : James Pizarro

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O BRASILEIRO AINDA CONSEGUE RIR

Alemão batata.
Judeu narigudo.
Português trouxa.
Turco vivo.
Argentino grosso.
Espanhol mal educado.
Paraguaio trambiqueiro.

Poderia enfileirar diversas nacionalidades e etnias que são vítimas de gozação, piadas, brincadeiras. E que nunca suscitaram racismo ou preconceito...e sim apenas gozação mesmo, típica do espírito do brasileiro.

Mas corre um texto pela internet, depois que acusaram Monteiro Lobato de racista, que chega às raias do surrealismo.
Diz o texto, de autoria desconhecida :

"Uma senhora entra numa confeitaria e pede ao balconista uma torta "Nêga Maluca".

O balconista diz à cliente que usar o nome "nêga maluca", hoje em dia,
pode dar cadeia, DEVIDO A:

- Lei Affonso Arinos;
- Lei Eusébio de Queiroz;
- Artigo Quinto da Constituição;
- Código Penal;
- Código Civil;
- Código do Consumidor;
- Código Comercial;
- Código de Ética;
- Moral e Bons Costumes,
- Além da Lei 'Maria da Penha' ...

- Então, meu filho, como peço essa porra de torta?

- Torta Afro-descendente com distúrbio neuro psiquiátrico! "

Graças a Deus, no meio de tanto problema, inflação voltando e roubalheira na política, o povo ainda consegue rir de tudo.

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AUTOR : James Pizarro

sábado, 5 de fevereiro de 2011

VALEU, CACAU !

Desde que vim morar em Florianópolis, na praia de Canasvieiras, tenho escrito nos meus blogs, jornais e revistas, verdadeiras declarações de amor à ilha da magia. Tenho feito a defesa do seu meio ambiente e denunciado as agressões ao mesmo. Porque me revolta a destruição das belezas deste paraíso.

Tenho feito palestras onde me convidam, participado de reuniões com autoridades, falado na igreja. E por mais que me esforce em defender a ilha que escolhi para morar, tenho sido burramente interpretado por alguns ambiciosos que só enxergam dinheiro à sua frente. E que nem ao menos têm sensibilidade para entender que estão liquidando com o futuro da ilha.

Não possuo propriedades aqui. Não vim tomar o lugar de ninguém. Não faço concorrência em qualquer tipo de atividade. Pelo contrário, vim gastar aqui o dinheiro das minhas duas aposentadorias. E toda atividade que faço em prol da ilha é VOLUNTÁRIA e GRATUITA.

Quando ouço piadinhas eivadas de xenofobia ou quando me tratam como se eu fosse um estrangeiro e que deveria permanecer calado, eu fico em silêncio e sorrio. Porque consultando os dados parciais do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sei que mais de 50 % da população da ilha é composta de gaúchos, paranaenses, paulistas, argentinos, etc...
E afinal de contas a gente vive numa república federativa e vai morar onde quiser, desde que tenha dinheiro para tal, respeite as leis e pague suas obrigações.

Cacau Menezes, para que meus conterrâneos gaúchos possam entender, é uma espécie de Paulo Santana de Santa Catarina. Popular,tem espaço na rádio, TV e "Diário Catarinense".
Na sua coluna  do dia 6/1/2011, lavei a alma ao ler no início da sua apreciada página, o seguinte texto, sob o título de "TURISTA ACIDENTAL". Como residente fixo em Florianópolis, me senti confortado ao ler :

"O turismo em Floripa é bom para quem? Só para donos de hotéis e restaurantes, cujas taxas IPTU e ISS foram reduzidas nas últimas administrações. E alguns manezinhos que alugam seus imóveis e vão dormir na casa da sogra. O restante são migalhas: produtos de R$ 1,99 e comida por quilo. Mas o nativo sofre com cachorros na praia, chimarrão, frescobol, praias poluídas, estradas congestionadas, espaços ocupados, água, luz, preços inflacionados e ainda se aguenta turista resmungão. Para este, falta estacionamento, sobram filas, falta educação, banheiros públicos (de preferência grátis) e a ameaça de nunca mais voltar, como se dele fôssemos sentir falta. Vivemos numa ilha e as ruas não podem ser alargadas, os viadutos só transferem os congestionamentos e os órgãos públicos não vão dobrar o fornecimento de água, luz e telefone para atender uma população flutuante que aqui veraneia por meros 30 dias. Pode ser politicamente incorreto, mas a solução é proibir a circulação de veículos com placas de fora de Santa Catarina durante todo o janeiro; quem está não sai e quem vem não entra de carro de fora do Estado."

O que eu acho revoltante é o espírito de capacho que alguns têm em aceitar todo tipo de barbaridade que muitos turistas fazem em matéria de sujeira e destruição porque eles são fonte de dinheiro. Tratam os mesmos com rapapés e sorrisos postiços, pretensos gestos de elegância tupiniquim, porque os mesmos trazem alguns tostões durante 30 ou 60 dias. É muito espírito subalterno e falta de amor à ilha. Fazer vistas grossas à sujeira, à destruição, tapar os ouvidos com tampões de silicone para não ouvir as hordas de bárbaros que infernizam as noites de Canasvieiras. Onde fica a lei do silêncio ? Vendemos uma imagem que somos um país sem dono e sem ordem. Temos de dar excelente tratamento ao turista bem comportado. E ao mau turista, os rigores da lei, ora essa !

Fico feliz, como manezinho adotivo que sou, que o Cacau Menezes denuncie e tenha a mesma opinião e a mesma visão de Florianópolis que eu tenho. Quem quer esconder as coisas embaixo do tapete é inimigo da cidade. Quem quer que a cidade seja salva da destruição tem de berrar, denunciar, abrir a boca. Até ser ouvido.

Parabéns, Cacau !

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Autor : James Pizarro

NÃO SE FAZEM MAIS ENFERMEIROS COMO ANTIGAMENTE ?

Não existiam escolas de enfermagem no Rio Grande do Sul. Nem se pensava em cursos superiores na área. Eram os anos 1940 e 1950.

Meu pai, Alfeu Cassal Pizarro, fez muitos estágios em hospitais e em consultórios médicos. Aprendeu - na prática - a ser instrumentador de cirurgias. Aplicar injeções. Fazer curativos e suturas. Atendia acidentes com animais venenosos. Sempre supervisionado por médicos amigos, comprou bibliografia recomendada por eles. Assistiu centenas de palestras sobre temas médicos e paramédicos. Até que, uma vez avaliado pelos órgãos competentes da época, recebeu uma portaria assinada pelo Dr. Getúlio Dorneles Vargas que lhe conferia o título profissional de "Enfermeiro Prático Licenciado". Possuo este documento carinhosamente guardado nos meus arquivos.

Foi contratado pela Secretaria Estadual da Saúde do RS e efetivado, depois do competente estágio probatório. Serviu ao então chamado Centro de Saúde número 7, com sede em Santa Maria,RS, onde foi responsável pela sala de vacinações durante mais de 40 anos.

Também trabalhou, desde a fundação, no então SAMDU - Serviço Médico Domiciliar de Urgência, criado pelo presidente João Goulart. Com a extinção do SAMDU (pela revolução de março de 1964) foi transferido para o recém criado INPS, hoje INSS, onde exerceu a chefia do serviço de enfermagem até a sua aposentadoria.

Meu pai jamais recebeu uma advertência, nunca faltou ao serviço, nunca recebeu uma acusação de imperícia. Pelo contrário, recebeu uma medalha de "honra ao mérito" das mãos do presidente do INSS por ocasião da sua aposentadoria pelo fato de jamais ter tirado atestado médico ou faltado ao serviço.

Por que estou falando sobre essas lembranças todas ?

Porque estou estupefato com a quantidade de queixas contra enfermeiros profissionais. Queixas e denúncias que aparecem na TV e nos jornais quase que diariamente. E olha que são enfermeiros formados em curso universitário, grande número deles com especialização e mestrado.
Compulsando os dados do COREN - Conselho Regional de Enfermagem, de São Paulo, observa-se que entre 2005 e 2010 foram registradas 980 queixas contra estes profissionais. O que dá a impressionante média de um enfermeiro acusado a cada dois dias no estado de SP. Em 20 destes casos, o paciente morreu ou ficou com lesões definitivas.

Nas últimas semanas, uma enfermeira deveria aplicar soro numa adolescente e trocou o frasco, aplicando vaselina líquida, matando a paciente. Outra enfermeira decepou a extremidade do dedinho de uma criança de 1 ano de idade ao retirar um curativo.

O que está havendo, meu Deus ?

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AUTOR : James Pizarro